Programa estratégico e funcional da Fábrica da Cerveja prevê investimento de 13,4 milhões de euros, dividido por quatro fases que poderão estar concluídas até 2027. Projeto apresentado prevê abertura de uma nova Praça, ampliação do Museu Municipal e construção de dois novos edifícios multifacetados.
A Câmara Municipal de Faro apresentou na passada sexta-feira, dia 18 de fevereiro, o programa estratégico e funcional para a requalificação da Fábrica da Cerveja. Este projeto, que prevê um investimento global de 13,4 milhões de euros, visa transformar um dos edifícios mais icónicos da cidade num novo centro para a arte e criatividade e inclui ainda a ampliação do museu municipal, a abertura de uma nova praça e a criação de dois novos edifícios.
O programa estratégico de reabilitação da antiga Fábrica da Cerveja resultou da participação pública de muitas dezenas de pessoas e entidades e de uma parceria com um consórcio liderado por Gonçalo Louro & Cláudia Santos – Arquitetos, Lda., em cooperação com a Opium, Lda., de Carlos Martins, antigo coordenador da Capital Europeia da Cultura Guimarães 2012 e ainda com Pablo Berástegui, destacado produtor cultural espanhol e ex-coordenador do centro de criação contemporânea Matadero, em Madrid.
De acordo com este programa, esta intervenção profunda vai ser dividida em quatro fases. A primeira fase prevê a requalificação do corpo nascente do edifício e Largo, com a intervenção na parte do edifício sob gestão direta do Município e intervenção na zona exterior, nomeadamente derrubando os muros para a rua do Castelo que atualmente criam um pátio interior.
A ideia passa por criar uma nova praça e uma nova centralidade nesta zona. Esta primeira fase tem uma estimativa de investimento de 2,1 milhões de euros, tendo expectativa de concretização até 2026/ 2027.
Já a segunda fase deste projeto prevê a intervenção no espaço de jardim contíguo à Fábrica da Cerveja e a construção de dois novos edifícios de apoio, nomeadamente um novo edifício na retaguarda da Fábrica e a construção de um novo edifício junto à Praça D. Afonso III. O primeiro destes novos espaços deverá ser incluir salas de apoio à produção musical – com capacidade para se transformarem noutras valências – e o segundo edifício deverá servir de apoio na relação entre o Museu Municipal e a Fábrica da Cerveja. Ao todo, esta segunda fase tem uma estimativa de investimento de 2,6 milhões de euros e deverá avançar, idealmente, em simultâneo com a primeira fase, prevendo-se igualmente a sua concretização até 2026/ 2027.
Já a terceira fase do projeto prevê a intervenção do corpo Sul e Nascente do edifício, atualmente sob gestão da Associação Recreativa Cultural de Músicos. Esta fase terá uma estimativa de orçamento de 3,5 milhões de euros e tem uma expectativa de concretização até 2027, caso Faro venha a acolher o título de Capital Europeia da Cultura.
Já a quarta fase do projeto deverá avançar de acordo com a evolução das fases anteriores, prevendo a ampliação do Museu Municipal de Faro e zonas adjacentes. A estimativa de investimento desta fase é de 5,1 milhões de euros.
Após apresentação das várias fases do projeto, por parte da vereadora Sophie Matias e pelo vice-presidente Paulo Santos e contextualização do trabalho realizado por parte de Gonçalo Louro, Carlos Martins e Pablo Berástegui, o Presidente da Câmara de Faro recordou que, em 2010, a Autarquia foi obrigada “a introduzir este edifício no Plano de Reequilíbrio Financeiro que foi necessário fazer, mas felizmente, as duas hastas públicas ficaram desertas e foi possível retirar a Fábrica da Cerveja dessa obrigatoriedade de ser alienado”.