Entre 25 de novembro e 1 de dezembro, Faro e Loulé recebem a edição mais longa e territorialmente mais abrangente do Festival Contrapeso, organizado pela Mákina de Cena e dedicado este ano ao tema “Arte e Academia”.
Com direção artística de Carolina Santos e Marco Martins, o evento reúne criadores que conciliam prática artística com docência e investigação, sublinhando a importância do cruzamento entre artes performativas e pensamento académico, um ponto particularmente relevante numa região que apresenta a taxa de abandono escolar mais elevada de Portugal continental.
A programação arranca a 25 de novembro, na Biblioteca Municipal de Faro, com “Crocodile Club”, de Mickaël de Oliveira, uma leitura encenada com o grupo SinCera – Teatro da Universidade do Algarve, que inaugura o diálogo entre palco e formação superior. Segue-se, no dia 26, no Teatro das Figuras, “Ensaio Técnico”, também de Oliveira, um espetáculo que reflete sobre o próprio mecanismo teatral e as suas imperfeições como espaço de resistência.
No dia 27, a Biblioteca Municipal de Faro acolhe a conferência performativa “O Que Não Se Vê Do Lugar Onde Se Vê”, de Sofia Cabrita com Ana Sofia Paiva, propondo um olhar sensível sobre perceção e invisibilidade no ato criativo. Em Loulé, na Casa da Mákina, apresenta-se “SerEstando Mulheres”, de Ana Cristina Colla (LUME Teatro – Brasil), que investiga os vínculos entre corpo, memória e criação.
A 28 de novembro, Faro recebe “Teatro Universitário Português – Uma Poética de Resistência”, de Ricardo Correia, numa conferência performativa dedicada à história e relevância do teatro académico. A programação do dia encerra no Teatro Lethes com o concerto do Luigi e Pasquale Grasso 4tet, referência europeia do jazz bebop e swing. A 29 de novembro, no Solar da Música Nova, apresenta-se o espetáculo de marionetas “Teatro Dom Roberto: O Marquês de Pombal e os Jesuítas”, de José Gil (S.A. Marionetas), seguido, à noite, do concerto do João Paulo Esteves da Silva Trio.
No domingo, 30 de novembro, o Cineteatro Louletano recebe “Welcome to Europe”, de Ricardo Correia (Casa da Esquina), uma reflexão urgente sobre migração e identidade e, ao final do dia, o concerto “Fractal”, do Samuel Lercher Trio, que funde jazz contemporâneo com influências europeias. O festival encerra a 1 de dezembro com um dos momentos mais aguardados: “Kintsungi, 100 Memórias”, estreia nacional do LUME Teatro que assinala os 40 anos da companhia brasileira.
Para lá da programação artística, o Festival Contrapeso 2025 aprofunda o diálogo entre criação e conhecimento com a realização, a 27 e 28 de novembro, do Colóquio Internacional “Arte e Academia”, em parceria com o Mestrado em Processos de Criação da Universidade do Algarve e o LUME Teatro da Unicamp (Brasil). O encontro inclui mesas-redondas, workshops — entre eles o “Treino Técnico para Atuadores”, de Jesser de Souza, e dois laboratórios de saxofone orientados por Luigi Grasso e Desidério Lázaro e quatro masterclasses, com Mickaël de Oliveira, Anne Astolfe, Bruno Pedroso e João Paulo Esteves da Silva.
Vê o cartaz completo em baixo:
